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Sustentabilidade e Circularidade em Debate no Mês das Empresas de Matosinhos

A Fábrica Vasco da Gama recebeu a sessão “Desígnio da Sustentabilidade”, integrada no Mês das Empresas – Matosinhos: Ligados pelo Futuro, para discutir os desafios da sustentabilidade, da economia circular e da valorização da produção nacional.
 
Na abertura, Ângela Crisóstomo, da InvestMatosinhos, sublinhou o compromisso do município em aproximar conhecimento e empresas, destacando que “é essencial diminuir o fosso entre o conhecimento e o desconhecimento, dando às empresas ferramentas para enfrentar as mudanças e responder aos desafios do mercado”.
 
A Coordenadora do Programa Portugal Sou Eu, Branca Pereira, apresentou a visão estratégica do programa, reforçando o impacto económico da incorporação nacional. Recordou que “a soma de pequenas escolhas dos consumidores tem um impacto enorme na economia” e citou o estudo da Ernst & Young (EY) que demonstra que substituir 10 euros mensais em importações por produtos portugueses pode acrescentar 0,3% ao PIB. Assumindo a sustentabilidade como eixo central da nova fase do programa, Branca Pereira destacou o papel da economia circular e da produção de proximidade na redução de emissões, afirmando que “ao promover cadeias de valor mais curtas, reduzimos o impacto ambiental e fortalecemos a economia nacional”.  Apresentou ainda o novo marketplace B2B, concebido para facilitar a ligação entre empresas e fornecedores nacionais, bem como o modelo de adesão via marca, menos burocrático e mais abrangente.
 
A sustentabilidade enquanto fator competitivo ganhou especial destaque nas intervenções seguintes. Rui Ferreira, da EY, apresentou a Rede Digital Portugal Sou Eu, sublinhando que a economia circular exige colaboração entre empresas e acesso facilitado a fornecedores nacionais. “Os efeitos de rede são determinantes para aumentar a incorporação nacional e reduzir dependências externas” — afirmou
 
O Passaporte Digital de Produto (PDP), uma das medidas europeias com maior impacto na circularidade e rastreabilidade, foi aprofundado por Sérgio Ribeiro, Ana Barros (CITEVE) e Diogo Fula (Battery Cluster), que partilharam experiências em setores já identificados como prioritários. Os especialistas destacaram que o PDP vai permitir acompanhar todo o ciclo de vida dos produtos — da origem das matérias-primas ao fim de vida — reforçando a transparência, a circularidade e a responsabilidade ambiental. Alertaram ainda para a necessidade urgente de preparar as PME para requisitos que irão tornar-se obrigatórios a curto prazo.
 
O evento encerrou com a intervenção de Selma Fernandes, da Agricert, que apresentou exemplos concretos de boas práticas de sustentabilidade no setor agroalimentar, reforçando que muitos dos princípios — redução de desperdício, rastreabilidade, eficiência energética — são transversais e aplicáveis a qualquer empresa.